Brasil
Confira as defesas de Bolsonaro e outros réus no julgamento da trama golpista
Defesa dos acusados apresenta argumentos na Primeira Turma do STF, contestando a denúncia da PGR e as evidências relacionadas aos atos de 8 de janeiro

O julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro e outros sete nomes réus por tentativa de golpe de Estado foi iniciado na manhã desta terça-feira (25), com a abertura do presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin e a leitura do relatório feita pelo ministro Alexandre de Moraes. Antes da sustentação oral dos advogados dos acusados, o procurador-geral, Paulo Gonet, fez suas considerações finais defendendo que a denúncia seja aceita.
Os advogados de defesa tiveram 15 minutos para sua sustentação. A defesa de Bolsonaro pediu para que o advogado de Mauro Cid fosse o primeiro a falar, mas o pedido foi rejeitado por unanimidade pelos ministros. Assim, as defesas aconteceram em ordem alfabética, como estava previsto, começando por Alexandre Ramagem.
Confira as defesas:
- Alexandre Ramagem
Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, advogado de Alexandre Ramagem, ex-presidente da Abin, afirmou que o depoimento de Mauro Cid não trouxe “relevo” sobre a participação de Ramagem na organização envolvida na trama do 8 de janeiro e do plano de golpe, “porque não há relevo”. “Sendo eleito deputado federal, não faz o menor sentido imputar a Alexandre Ramagem o crime de atentar contra o estado democrático de direito. Alexandre Ramagem formalmente passou a pertencer àquele Estado”, disse o advogado.
O advogado chegou a citar que a Abin seria responsável pela segurança das urnas na eleição, mas foi corrigido pela ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “As urnas são atribuição de outro poder”, disse.
- Almir Garnier
Demóstenes Torres, advogado do Almirante Garnier, ex-comandante da Marinha, classificou como infundada a tese de que ele tenha concordado em colaborar com a trama golpista. Ele ainda usou termos como “invencionices” e “romancistas” para se referir à denúncia e à Polícia Federal. “A denúncia é inepta, não menciona de que forma o almirante Garnier contribuiu para os atos do dia 8 de janeiro”, disse Demóstenes .
- Anderson Torres
A defesa de Anderson Torres, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, foi feita pelo advogado Eumar Novacki. Ele chegou a afirmar, durante sua sustentação, que denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe é “inepta e permeada de falsas ilações”. Em relação à minuta do golpe, encontrada na casa do ex-ministro, a defesa afirmou a minuta é “apócrifa” e que “não tinha valor”.
- General Augusto Heleno
A defesa do general Augusto Heleno foi representada pelo advogado Matheus Mayer. Ele se opôs ao “fatiamento” das ações penais públicas, como proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), argumentando que isso poderia resultar em sentenças contraditórias sobre os mesmos fatos. O advogado Matheus Mayer também alegou que não teve acesso à íntegra das provas produzidas pela Polícia Federal, mencionando que apenas parte das evidências foi liberada.
- Bolsonaro
O advogado Celso Vilardi, que representa Jair Bolsonaro, defendeu o ex-presidente na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), e alegou que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro se baseia apenas na delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e não apresenta provas de sua conexão com os atos de 8 de janeiro.
Vilardi afirmou que não há elementos que provem a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe e criticou a denúncia, ao pontuar que o ex-presidente não foi acusado pela Polícia Federal, mas apenas pela PGR.
- Mauro Cid
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, foi representado pelo advogado Cezar Bitencourt. Ele pediu para que a denúnciaseja reconsiderada e não recebida em relação a Mauro Cid, que “cumpriu com seu mister e dever”, pela circunstância de colaborador.
- Paulo Sérgio Nogueira
Já Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa durante governo Bolsonaro foi representado pelo advogado Andrew Fernandes Farias. Ele questionou a justa causa na denúncia contra o general, afirmando que a narrativa da acusação entra em conflito com a delação premiada. Segundo o delator, Paulo Sérgio faria parte de um grupo que temia influenciar o presidente Jair Bolsonaro a tomar decisões radicais, mas aconselhou que nada poderia ser feito após o resultado das eleições. O advogado também questionou se a delação de Mauro Cid deveria ser considerada válida apenas para a apresentação da denúncia.
- Walter Braga Netto
O ex-ministro da Casa Civil foi representado por José Luis Mendes de Oliveira Lima. O advogado argumentou que o procurador Paulo Gonet não apresentou nenhuma evidência contra ele, afirmando que Braga Netto não teve qualquer participação nos eventos. Ele ainda alegou que Mauro Cid mentiu ao apresentar um vídeo para vincular Braga Netto às manifestações. Segundo ele, o vídeo não tinha relação com os fatos, como corrigido na própria denúncia.
Metro1
Bahia
Parceria entre as Polícias Civil da Bahia e do Rio de Janeiro resulta na prisão de acusado de feminicídio em Cruz das Almas

A Polícia Civil da Bahia, em ação integrada com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, prendeu nesta terça-feira (30) um homem de 48 anos acusado de feminicídio ocorrido em Cruz das Almas no dia 7 de abril. A vítima foi encontrada com sinais de violência no rosto, em um imóvel no centro da cidade.
Desde o início, o caso teve grande repercussão na região e mobilizou a equipe da 4ª COORPIN. As investigações revelaram que o local do crime era utilizado como ponto de encontro sexual e que as câmeras haviam sido destruídas. No entanto, com acesso ao celular da vítima e uso de tecnologia, os policiais conseguiram identificar o suspeito e localizar vídeos e imagens que comprovavam sua presença na cena do crime.
Durante uma nova perícia no imóvel, uma panela de pressão com marcas compatíveis com o ferimento da vítima e um ponto de sangue humano foram localizados, confirmando o objeto usado no crime. O acusado já possuía histórico de violência doméstica e denúncias de agressão por parte da atual companheira.
Com provas consistentes, a Justiça autorizou a prisão preventiva. Contudo, ao tentar cumprir o mandado, o investigado já havia fugido. Após dias de diligência, ele foi localizado na cidade do Rio de Janeiro.
Com apoio da POLINTER-RJ, a prisão foi realizada com sucesso. O acusado agora está custodiado no Rio e será transferido para a Bahia, onde aguardará julgamento.
O delegado Adilson Freitas destacou a rapidez da investigação e agradeceu a parceria com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, reforçando o empenho da equipe da 4ª COORPIN e do SI de Cruz das Almas.
Brasil
Desemprego entre jovens cai pela metade entre 2019 e 2024, diz pesquisa
Pesquisa mostra queda no número dos que não estudam nem trabalham

A taxa de desemprego entre jovens de 14 a 24 anos caiu pela metade no último trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2019. O dado faz parte de um levantamento inédito do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgado nesta segunda-feira (29), em São Paulo, durante o evento Empregabilidade Jovem Brasil, promovido pelo CIEE.
Segundo a pesquisa, a taxa de desemprego entre jovens passou de 25,2% no quarto trimestre de 2019, quando teve início a série histórica, para 14,3% no ano passado. Isso significa que o número de jovens sem emprego passou de 4,8 milhões de pessoas em 2019 para 2,4 milhões no ano passado.
Também houve queda no número de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham, que agora somam 5,3 milhões de brasileiros, menor patamar da série histórica. O quantitativo de estagiários continua crescendo e passou de 642 mil em 2023 para 990 mil no primeiro bimestre deste ano.
Agência Brasil
Brasil
Lula convoca reunião para discutir fraude nos aposentados do INSS

O presidente Lula convocou o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, para discutir, no fim da manhã desta segunda-feira (28) o esquema de fraudes contra aposentados no INSS. Essa é a primeira reunião do presidente sobre o tema com o chefe da CGU, órgão que iniciou as investigações que resultaram na operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira da semana passada.
No dia em que a operação foi deflagrada, Lula determinou a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, aliado do ministro da Previdência, Carlos Lupi. Em entrevista ao GLOBO, Lupi admitiu que sabia o que estava acontecendo em relação aos aumentos dos descontos de aposentadorias para repasses a associações e que demorou para tomar previdências. Disse, porém, que não se sente desconfortável em permanecer no governo.
A avaliação no governo é que Lupi precisa se orientar pelas investigações da PF e da CGU e tomar as providências. Auxiliares de Lula com assento no Palácio do Planalto dizem que, por enquanto, não há nada concreto contra o ministro e que não é possível agir por impulso nesses casos. Lupi, vai participar nesta terça-feira (29)de uma reunião da Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara.
Metro1